“Nada pedir e nada possuir”: esse era o desejo de Caetano e que passou a fazer parte do carisma teatino.
Nascido
em outubro de 1480 em Vicenza, na Itália, Caetano perdeu prematuramente
seu pai, morto em um conflito armado. Em sua formação teve ele o apoio
de sua mãe, profundamente cristã, e que era terciária dominicana.
Estudou Direito Civil e Direito Canônico, e recebeu a ordenação
presbiteral em 30 de setembro de 1516.
Em
Roma tornou-se Protonotário do Papa Julio II, e já era conhecido pelo
povo como o “padre santo”, mas a Cidade Eterna lhe causou espanto, a
ponto de referir-se a ela, em uma carta, como “essa cidade que já foi
santa, mas que agora tornou-se uma Babilônia”.
Visando
a reforma religiosa (contra-reforma, também chamada Reforma Católica),
Caetano uniu-se ao bispo de Chieti (Theates, em latim) João Pedro Carafa
(que futuramente seria elevado ao sumo pontificado com o nome de Paulo
IV) e aos padres Bonifácio de Colle e Paulo Consiglieri, com eles
fundando a Ordem dos Clérigos Regulares, que passou a ser conhecida como
ordem dos Teatinos.
Essa foi a primeira ordem religiosa da Reforma
Católica, enfrentando os problemas religiosos que se alastraram na
Europa no século XVI.
“Nada
pedir e nada possuir”: esse era o desejo de Caetano e que passou a
fazer parte do carisma teatino. Essas palavras contrastavam com o
nepotismo reinante na época, quando pessoas pouco virtuosas e pobres em
conhecimentos eram alçadas a cargos de responsabilidade espiritual. O
desapego dos teatinos aos bens terrenos evidenciava uma ostensiva prova
de confiança na
Providência: nada pediam, mas apenas aceitavam o que
lhes era dado, e os alimentos recebidos e não consumidos no mesmo dia
eram doados aos pobres (pois o dia seguinte seria outro dia com
necessidades a serem supridas novamente por Deus). Ou seja: pobreza
comunitária, além da pobreza individual; não se apoiar nas rendas ou
entradas fixas, nem sequer na mendicância, vivendo apenas dos frutos do
ministério pastoral e dos donativos espontaneamente oferecidos.
Nascido
em família rica, Caetano fez-se pobre por amor a Cristo. Ele mostrou,
com seu estilo de vida, que a mudança na sociedade deve ser iniciada com
a mudança no próprio indivíduo, ou seja, em si mesmo, contrastando
assim com os numerosos “reformadores não-reformados” que freqüentemente
surgiam na sociedade de então (e que continuam a surgir nos dias
atuais).
A Eucaristia era a fonte que
supria Caetano com a necessária energia para a vida cristã, religiosa e
sacerdotal: celebrava ele diariamente a Santa Missa, ao contrário do que
ocorria com a maior parte dos membros do clero na época.
Sua
vida foi um testemunho de amor ao próximo. Disse ele: “servir e amar a
Deus, renegar a si mesmo e sacrificar-se pelos outros; eis o segredo da
vida cristã e sacerdotal”. Em uma carta aconselhou: “esqueça-se
completamente de si e busque no próximo somente a face de Jesus
crucificado”.
Entre outros títulos, São
Caetano é conhecido como o pacificador dos tumultos populares: morreu em
Nápoles em 7 de agosto de 1547, oferecendo-se em holocausto pela paz
nessa cidade, sendo o seu sacrifício imediatamente aceito, pois o
conflito que se abatera sobre a cidade cessou. No centenário de sua
morte os religiosos teatinos elegeram padroeira de sua ordem a Virgem
Maria sob o título de Nossa Senhora da Pureza.
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